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Como o Outro
molda nossa Identidade nas Redes Sociais?
Descubra como as Redes Sociais moldam nossa Identidade através do olhar do Outro e o que a Psicanálise Lacaniana revela sobre isso em meu vídeo no YouTube "Fantasia e Desejo: Como o Outro molda nossa Identidade nas Redes Sociais":
eu sou o João Pedro, psicólogo de formação e psicanalista por desejo.
Estou aqui disposto a escutar você.
Respeito, ética e cuidado são pilares do meu atendimento.
Como o olhar do Outro molda nossa Identidade nas Redes Sociais?
Não são raras as vezes em que nos pegamos alterando uma legenda, retocando uma foto ou esperando uma reação específica nas redes sociais. Mas o que realmente está em jogo nesse movimento constante de exposição e validação? A busca por curtidas e aprovação não é apenas um sintoma da era digital, mas também revela um funcionamento subjetivo atravessado pelo olhar do Outro.
Na teoria de Lacan, o Outro é o lugar da linguagem, da cultura e das normas que nos constituem antes mesmo de nascermos. Ele é o campo onde nos tornamos sujeitos. A mídia digital apenas reatualiza essa relação de forma mais visível: nas redes sociais, buscamos nos localizar no campo do desejo do Outro, apresentando imagens de nós mesmos que aspiram à aprovação, ao reconhecimento e à pertença.
A cada publicação, não é apenas o desejo individual que se expressa, mas uma tentativa de inscrição no campo simbólico. Buscamos significar nossa existência através de signos compartilháveis, hashtags populares e filtros que uniformizam. Nesse processo, o sujeito se aliena: ao tentar ser visto, entrega-se à formação de uma imagem que é mais do Outro do que sua.
A Performatividade do Eu e a Falsa Liberdade
Lacan descreve o estádio do espelho como o momento em que o infans se reconhece numa imagem especular, constituindo o eu (“je”) a partir do olhar exterior. Esse momento primordial retorna nas redes sociais de forma amplificada. O sujeito se vê pelos olhos do Outro através das interações, dos números de engajamento e dos algoritmos que ditam visibilidade.
O olhar do Outro aqui não é passivo, é regulador. Ele define o que é relevante, desejável, digno de ser compartilhado. Por trás do prazer de ser visto, há também o sofrimento de se saber sempre aquém. O gozo está na falta: não basta ser visto, é preciso ser desejado, ser viral, ser influente.
Desejo, falta e gozo: o circuito sem fim
Na lógica lacaniana, o desejo é o desejo do Outro. Isso significa que desejamos ser aquilo que imaginamos que o Outro espera de nós. No ambiente digital, esse desejo se intensifica. Somos levados a ocupar um lugar simbólico que nunca nos satisfaz por completo, pois o objeto a, causa do desejo, é estruturalmente perdido.
Assim se instala o circuito do mais-de-gozar: curtidas, reposts, seguidores funcionam como unidades de gozo que, ao mesmo tempo em que satisfazem, aumentam a carência. Nunca é o suficiente. Isso explica por que a hiperconectividade não nos realiza, mas nos exaure.
As redes sociais são apenas a face mais visível de um funcionamento subjetivo atravessado pela falta, pelo olhar e pelo desejo do Outro. O que está em jogo não é apenas a construção de uma imagem, mas a tentativa de preencher uma falta constitutiva.
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